quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O Começo

Acima: A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie em sessão de autógrafos

 Prosa, clássicos escritos por homens europeus ou estadunidenses. Esse seria o resumo das minhas leituras até o momento em que conheci o projeto Leia Mulheres. Ele surgiu em 2014, quando a escritora e ilustradora Joanna Walsh¹ começou a fazer marcadores de página com desenhos de mulheres escritoras e pediu às pessoas que enviassem alguns nomes pelo twitter. Ao ver a imensa comoção e inspirada pelo VIDA Count², que desde 2010 mapeia a desigualdade de gênero nas publicações literárias, ela decidiu lançar a #readwomen2014, convidando as pessoas a lerem mais escritoras. O sucesso foi estrondoso e hoje o projeto   Leia Mulheres tem clubes de leitura em 39 cidades brasileiras³

  Instigada por essa iniciativa, tomei a decisão de ler mais escritoras. Porém, o desafio ainda não era grande o suficiente, eu precisava quebrar as outras paredes da minha zona de conforto. Aliado à isso, meu retorno à prática da escrita fez com que eu sentisse a necessidade de mergulhar na literatura contemporânea, ler diferentes estilos e conhecer mais a literatura nacional. 

 Comecei então a elaborar uma lista de livros e me empolguei tanto que decidi relatar a minha experiência por meio de um projeto que chamei de "Lobas da Literatura Contemporânea", em homenagem ao livro de Clarissa Pinkola Estés: Mulheres que Correm com os Lobos.

  Para mim, a mulher que escreve é uma das expressões de La Loba4: reconstrói a cultura a partir dos ossos, das migalhas de espaço que nos reservam na arte. Sopra através de suas palavras um fôlego de vida, inspirando e libertando outras mulheres.

  Assim, convido vocês a me acompanharem nessa jornada e também a compartilharem comigo suas experiências com a literatura feminina.

  Um abraço,


  Bella




  Notas:

¹ http://www.openpen.co.uk/readwomen/
² http://www.vidaweb.org/the-count/
³http://leiamulheres.com.br/sobre-nos/
4 La Loba é uma personagem folclórica do México descrita como uma senhora idosa que reúne ossos secos de lobos. Quando completa o esqueleto, com seu canto ela faz com que o lobo volte à vida. Após sair de volta à natureza, em algum momento o lobo transforma-se numa mulher que ri e corre livre. Esta história é contada no referido livro de Clarissa Pinkola.

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